“Dançar é como crescer.
Um processo lento, cheio de surpresas e lutas.
A realização de feitos que parecem
impossíveis de se concretizar.
Acrobacias que exigem muito mais que
horas de treinamento.
Que só a ousadia tem a capacidade de explicar.”

Carlos Drummond de Andrade

Os bailarinos - híbridos de atletas e artistas - são submetidos a intensas rotinas de treinamento e convivem diariamente com um universo marcado pelo rigor, a disciplina, a dureza, as exigências, alegrias e decepções que precedem a obtenção de uma vaga em uma cia. de dança ou garantem a beleza e a grandiosidade de qualquer espetáculo. Este turbilhão de sensações conflitantes os leva a aprender a controlar a dor e a ampliar os limites do corpo, em uma constante busca pela perfeição. Superação e controle traduzidos em suavidade e beleza.

Observando as peculiaridades deste “lado operário” existente por trás de todo glamour dos espetáculos de dança, surgiu “A arquitetura do corpo” (Documentário, 35mm, 21 min.), um filme que retrata o cotidiano de diferentes personagens do ballet e da dança. E, somando-se a ele, jovens amigos que trabalham com diferentes técnicas e formas de expressão voltaram seus olhos para este mundo e se entregaram à produção de imagens sobre este universo, diante da iminente impossibilidade de se traduzir em palavras os movimentos e o corpo de qualquer bailarino.
Entre a dor e o sonho, formas que se libertam do chão, fazem contatos etéreos... Corpos que não medem esforços para voar - e brilhar - e fazem do ballet, uma das poucas artes que não se limita às dimensões da terra.